terça-feira, 26 de maio de 2015

TPM


A acidez das palavras,
A rigidez do comentários,
A aspereza da forma,
O imperativo da fala.

Deixam transparecer à cal da existência.
Machuca e fere aqueles mais próximos.
Provoca revolta e irrita por vezes,
Aqueles que nos são tão caros.

A solidão do caminho; percalços da jornada,
Nebulosas e complexas encruzilhadas. 
Quem sabe aprendo em silêncio, 
Sobre quimeras e espadas.









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segunda-feira, 18 de maio de 2015

 Reflexões 

Arte ou oficio
Paixão ou suplício
Divertimento ou sacrifício
Necessidade ou desejo

Folhas ao chão na roda dos anseios
Corre o vento atravessando as estações
Difícil seria permanecer convicto
Discernir princípio, fim ou precipício 
Permanecer leal a roda da fortuna
Girando no poço do Tejo

Andarilho louco procurando o tempo
De encontrar a vida à deriva
Perdido entre armas, traças e devaneios
Flutuando entre as dimensões humanas
Que traduz o tormento em lágrimas
E a frustração em mera aceitação resignada.


Na esperança de tudo encerrar
Sinto a pupila saltar na insana necessidade de vislumbrar o caleidoscópio da imaginação que desperta meus olhos para outros estágios da evolução.




sábado, 9 de maio de 2015

Indagações

Sentindo a pupila dilatar
Expandindo-se como lua cheia
Que no céu da boca faz o coração saltar
Como supernova explodindo no espaço
Tudo pode desmoronar
Ou quem sabe, uma estrela tornar.

quarta-feira, 29 de abril de 2015




 Intervalo amoroso 


"Deixa que eu te ame em silêncio. 

Não pergunte, não se explique, deixe 
que nossas línguas se toquem, e as bocas 
e a pele 
falem seus líquidos desejos. 


Deixa que eu te ame sem palavras 

a não ser aquelas que na lembrança ficarão 
pulsando para sempre 
como se amor e vida 
fossem um discurso 
de impronunciáveis emoções"


                  Afonso Romano de Santana 


domingo, 22 de março de 2015

Caridade

 Perde o verbo na ânsia de escutar,
 Perde o silêncio na ânsia de sofismar,
Perde o ar na ânsia de tudo aspirar,
Perde o homem na ânsia de desejar.


Fosse eu criatura perdida,
Nesta terra a espiar,
Esperando pela esmola,
De alguém ermo a caminhar.


sábado, 14 de março de 2015




Música, poesia, dança, pintura, artilharia?


Ópera, alexandrino, valsa, Cubismo, ilusionismo?

Sucupira, margarida, príncipe negra, maestria?

A vida insiste, entre arte e covardia.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Feliz Só Será


Feliz só será 
A alma que amar. 

'Star alegre 
E triste, 
Perder-se a pensar, 
Desejar 
E recear 
Suspensa em penar, 
Saltar de prazer, 
De aflição morrer 
Feliz só será 
A alma que amar. 


Johann Wolfgang von Goethe, in "Canções" 
Tradução de Paulo Quintela 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


 Corpo  sangra

Alma tormenta

 Carne ânsia

Evolução ou doença?


Horror 

Dor

Amor

Paciência 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015


A Razão não Basta

 

É esse o segredo da vida dotada de força. Apenas com a inteligência não se pode ser um ser moral, nem fazer política. A razão não basta, as coisas decisivas passam-se para além dela. Os homens que fizeram grandes coisas amaram sempre a música, a poesia, a forma, a disciplina, a religião e a nobreza. Iria mesmo ao ponto de afirmar que só as pessoas que assim procedem conhecem a felicidade! São esses os chamados imponderáveis que dão o cunho próprio ao senhor, ao homem; aquilo que ainda vibra na admiração do povo pelos actores é um resto incompreendido disso. 




Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A forma e o ser

Posto a vida ao avesso,
troco de moral por travesso,,
a novidade por simples perversão,
do anseio a banalização
da violência a indiferença em profusão.

Mãos sujas, olhos vendados, ouvidos moucos, bocas pequenas...
"Passo quadrado" em vislumbres quadrados.
Por onde anda a razão?

Posto eu bicho perdido,
 invertido de sentimento e paixão,
Verte o choro sem motivo,
Prova o êxtase sem abalar o músculo cardíaco.

Escorre entre os dedos a existência,
síntese  de tropeços ébrios vazios,
claustro e fobia,
realidade é fantasia?
Mera semântica ou somente hipocrisia?